terça-feira, 31 de julho de 2012

Será apenas trapalhão? Não sei... mas agora é-o via SMS...

(Não sei quem é o autor desta foto-montagem, via Facebook)

Tinham-me enviado esta imagem via Facebook, há já algum tempo ( muito obrigada , Manu S. C.), mas reservara-a para uma altura em qe viesse a ser mais adequada.
Foi criada aquando das notícias sobre o que o Ministro da Educação tencionava fazer, nas diversas medidas deste últimos meses: voltar a implementar os "Exames da Quarta Classe" , ou, modernamente, os Exames no final do 4º ano (Primeiro Ciclo) e ainda  , pelo Estatuto do Aluno que reformulou, querer aplicar castigos vários, entre os quais multas aos Pais dos alunos prevaricadores, aliás, sobretudo aos que mais faltassem (multas pecuniárias, retirar de abono e subsídios...).
Quanto aos exames de 4º Ano, embora não tenha tido vagar na altura para comentar, não considero qualquer tragédia. Mais exames, menos exames. O problema , a meu ver é o seguinte: não devemos tornar os Exames em corolário e objectivo máximo do ensino, quase os endeusando. A febre e a farsa dos chamados "testes intermédios" para aferir as dificuldades meses antes dos exames, mostram como rapidamente os testes e exames se deixam resvalar de um mero, parcial e natural meio de avaliar os alunos e os obrigar a estudar um pouco mais, ou seja, um MEIO, para um FIM em si, um endeusado "Ídolo" que depois melhor colabora numa falsa triagem de capacidades do aluno e na outra farsa que é a "novela" dos Rankings nacionais.
Num ano uma escola com um lote excelente de alunos a uma disciplina, sob ao pódio Nacional. No ano seguinte(e não exagero, são mais que muitos os exemplos e muitos vi de perto!), a mesma escola, exactamente com os mesmos docentes e métodos didácticos, mas com um lote bem mais fraco de discentes/alunos, desce e é espezinhado aos pés da escola vizinha, que entretanto até já aprendeu uns truques de como evitar mau grau no ranking (ah pois é!... convidando alunos mais fracos a candidatarem-se a exame não pela escola, mas como "alunos externos", numa outra escola qualquer, Xô xô!... ou a fazerem como tantos colégios, arrranjando maneira de negarem a inscrição na escola de alunos indesejados  a nível disciplinar ou de (in)sucesso escolar).
Em suma, não fazem mal, os exames, mas nunca deveriam voltar a substituir uma verdadeira avaliação contínua e valorizadora  das capacidades dos alunos, que por vezes não cabem no espartilho de um par de horas nervosa no fim do ano.
Mais ridículo é quererem agora aplicar esse exame de 4º ano no INÍCIO do terceiro período, alegando que o restantes meses ficam para a recuperação, até Julho fora  mesmo, supondo que os que tiverem sucesso nesse exame ficarão a marcar  passo até Junho  enquanto os mais fracos recuperam e desgastam os professores.
Quanto ao argumento de "coitadinhos, exames aos... 10 anos... tão tenrinhos!". Ora! Então os meninos já são sabidolas e vivaços em tanta coisa aos 4 e 5 anos de idade e irão ficar "traumatizados" com um exame nacional ao 10? O exame da 4ª de que me lembro, despertava em nós, alunos ,um sentimento  de "rito de passagem" para o mundo dos mais velhos, uma vaidade pela responsabilidade, uma certa honra até. Não me lembro de ver "traumatismos" em ninguém! O ter de cumprir as regras como o levar apenas caneta (e tantos que é só isso que levam para as aulas ao longo do ano, com sorte dos preofessores!) e o B.I. (que era sempre inaugurado nessa idade), o cumprir aquelas regras de chamada pelo nosso nome, a prova oral, as várias provas escritas, a recordação de um diploma, até mesmo um medo e o chá de cidreira para alguns... tudo isso era mais motivo de orgulho do que de .."terror".
Bem. Quanto ao novo Estatuto do Aluno, não me detenho aqui mais longamente que não é o que me suscitou o post. Apenas me rio com todos esses planos de "multar os pais"... Sempre que me lembro do caso daquele aluno "minorca" que, quando os professores não se atemorizaram com as suas ameaças caso o não passassem de ano e ciclo (embora tivesse passado quase 60% do s tempos de aula a jogar no recreio, ou a fazer asneiras dentro e fora de sala em 99%... não era meu aluno, mas foi um caso  dor de cabeça para toda a escola), lembro em como ele cumpriu a ameaça e conseguiu partir pelo menos metade de todos os vidros de janelas da Escola...(hoje, parafraseando uma piada do RAP. isso dar-lhe-ia equivalência  relvada ao grau de... arquitecto, ou pelo menos de... vidraceiro!). Bem andou a Escola a exigir que a pobre mãe pagasse, mas pouco ou nada recebeu. Se vemos tanto milionário tipo Oliveira e Costa que tem milhões e se declara falido, que eperar de uma mãe só, desempregada oiu sub-empregada? Mesmo que fosse mais que justo o pagamento, tal não alterou o comportamento do garoto (já o ter reprovado , sim...). Agora, se faltarem , que fará o Estado? Mandará os Homens do Fraque  penhorar o frigorífico aos pais? penhorar os salários, que já estão penhorados pelos bancos?
No entanto, o que  hoje me trouxe aqui e que me levou a usar esta imagem foi outro assunto. Longe de parecer ser meritório das orelhas que aqui tem, por alguma alegada falta de "esperteza" a que o nome do animal dirige, Nuno Crato tem sido sim portador da manha desse animal. E mesmo as constantes "trapalhadas" legislativas da Reorganização das escolas e despedimentos de docentes e seus remendos, longe de me parecer mera "burrice" ou incompetência, me soa duplamente com sonsice, manha, esperteza de um plano bem traçado há pelo menos uma década e de que ele é apenas o mais recente executor/carrasco.
Porém a trapalhada de hoje, essa sim é fruto de mera incompetência e desrespeito pelos professores que estão com as vidas e a profissão em jogo: não é que agora, nas últimas 24 horas do fim do prazo de concurso nacional dos professores contratados(termina hoje às 18h), envia um SMS (!!!) a avisar aos que já tinham conseguido preencher a lenta e complicada aplicação do concurso... deverão concorrer de novo, devido a uns erros da aplicação?! Pessoas que já devem estar a descansar um pouco e a fazer contas à vida e provável desemprego, a receber na praia um SMS: olhe, desculpe lá ó meu, mas vai ter de passar pelo mesmo inferninho outra vez, coisa e tal...
ISTO FAZ-SE?!A notícia ainda não está online, mas AQUI (do Correio da Manhã) se fala da trapalhada anterior e "generoso" alergamento do prazo, devido à eneficiência da Aplicação Informática do concurso... Ah, pois claro, esqueci-me de explicar:  APLICAÇÃO NOVA, experimentada este ano, este mês, para este concurso... deve ser outra empresa informática amiga, pois a empresa amiga do governo anterior devia ter  uma que já não servia, pois claro(não que não tenha dado também trapalhadas, mas por outras razões , então, que não a lentidão...)
Enfim..."Tudo a mesma fruta"! como diz uma das etiquetas abaixo...! :(
(e devia já criar outra a dizer "Em plena silly season")
Margarida Alegria (31-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

segunda-feira, 30 de julho de 2012

MEC tenta limpar alguma "matéria orgânica" que despejou sobre a s Escolas

Se até o cãozito da foto já aprendeu a apanhar a sua própria porcaria, porque é que a equipa do Ministério da Educação e Cultura não admite que perdeu a noção de toda a porcaria legislativa que andou a produzir e que despejou sobre as escolas, nos últimos meses? Ser humilde e admitir que tem de rever tudo, sem mais remendos sobrepostos?
Qual quê...
É mais fácil deitar as culpas aos docentes e sindicatos que são "alarmistas", ou aos directores que  "não interpretaram bem as leis"...
Se o MEC resolveu designar as Escolas e os novos Agrupamentos de Escolas, nesta nova legislatura, como "Unidades Orgânicas", deve ter sido enorme a tentação de governantes incompetentes e de aviário de produzirem e evacuarem  muita "matéria orgânica" digerida pelos seus supostos cérebros e depois... obrigarem outros a limpar até à exaustão essas porcarias e as trapalhadas constantes que resultam de tanta "Produção orgânica" de despachos.
Face ao Ministério da não perdoada nem esquecida Lurdes Rodrigues, creio que já terão conseguido produzir igual ou superior número de despachos normativos e suas correcções(como no Verão de 2005 e anos seguintes, com a diferença que  agora são colocados de imediato no Diário da República com pouco ou nenhum conhecimento prévio e dantes eram vomitados por Fax), ou seja, de papelada prejudicial à eficiência das Escolas e burocrática até à 5ª Essência!
Nas últimas semana têm vindo a tentar remendar, pois a sangria de docentes que pretendiam com tanta revisão disto e daquilo, foi além do que calculavam, pois nitidamente a "5 de Outubro" desconhece o Terreno.
Tinham ameaçado  os directores também  disto e daquilo (sanções disciplinares!), não os escutaram e agora ainda tentam desmistificar falando que é tudo "normal " e que até nem há muita contestação docente(ler aqui a notícia do dia 28-7-2-2012, no Público e AQUI a reportagem de Bruno Reis na concentração em Coimbra, no passado dia 25, com depoimentos vários de docentes).. e ainda deitam as culpas para os outros!
Deixo aqui o link para o eloquente post da Anabela Magalhães no seu blog. O post chama-se  "CONFUSÃO TOTAL"
Todos sabemos que as necessidades fisiológicas  do cão  também são NORMAIS, mas ele admite que é porcaria e o seu dono , quando é consciente, recolhe-a e limpa o que o cão sujou. Este aqui é especial, de circo,  fora do "normal", mas já nem pedimos tanto, sr. Ministro Crato! Só pediamos um Ministério Normal, com um Ministro de inteligência  Normal  mas com bom senso e humildade e não um mero executor das ordens financeiras e estrangeiras, que ainda tem o descaramento de alegar que faz estas mudanças criminosas para a Educação, para... aumentar o Sucesso!
Já tivemos  governantes que chegassem  a tomar medidas ora economicistas ora eleitoralistas e depois a alegar que são sempre "a bem do Sucesso Educativo"!
Margarida Alegria (30-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

Frente à DREN-Porto (concentração de docentes,24 de Julho de 2012)

(c) Margarida Alegria (Porto, 24.7-2012, foto de telemóvel. "Destruir a Escola é arruinar o País")

(c)Margarida Alegria (Porto, 24-7-2012, foto de telemóvel . O Cartaz daquela colega diz: "Os professores são o Sísifo da Educação")
Finalmente com rede e tempo suficiente para postar aqui um apontamento sobre a recente concentração de docentes da semana passada.
Neste caso, trata-se da primeira delas, no Porto, frente à DREN, no dia 24 de Julho.
Àparte o sempre revigorante reencontro com com colegas de outras lutas, sobrou um amargo de desilusão, por isso estou sem muitas palavras(ou menos que o costume, eheh).
Balanço: no Porto dizem que uns 300, que nem enchiam as ruas; em Coimbra, no dia seguinte, uns 600, (vá lá... será por ser a terra do Mário Nogueira?);  em Évora as notícias falam em meia centena e ... aí é que é mais sintomático da desmobilização...em Lisboa, frente ao MEC, dia 27... uns 150! :(
Bem, mas à noite do dia 27, nas TVs ,lá veio  Mário Nogueira cantar uma suposta vitória dos docentes , numa  reunião nocturna com o ministro ( sem  ceias  de pizzas e ou assinar de documentos, desta vez, menos mal!), o que baralha um pouco para quem na segunda-feira se indignara pela recusa  pelo MEC de uma reunião conjunta (sindicatos de docentes, s. de inspectores, Ass. de Pais, ass. de psicólogos-- todos finalmente unidos)!
Foi uma história mal contada: M. Nogueira a reclamar uma vitória e o Ministro a explicar que apenas escutara com atenção e prometera analisar os problemas apresentados... e a dizer que não havia grande contestação docente! :( VER AQUI o VIDEO da sic que resume os depoimentos.E não se fiem na voz suave nde NCrato a desvalorizar a contestação).
Bem... as minhas/nossas horas na concentração:
-Bandeiras brancas do SPN, uma rua providencialmente não muito aberta ao sol que, esse sim se manifestava  em força nesse dia;
-reencontros alegres e conhecimento pessoal de mais alguns docentes e docentes-bloggers, desalentados de lutas mas presentes;
-Discurso de Mário Nogueira que, como de costume era fluido e estruturado, mas que não me pareceu nos melhores dias de ânimo nem de convicção, embora prometendo o reforçar da luta...
Logo estranhei que começasse a dizer que na segunda ATÉ teriam consentido reuniões separadas, CASO apenas o MEC tivesse sido leal a marcar esssa agenda, em vez de marcar encontros a horas diferentes para os vários representantes, mas com estes a julgar que a hora que tinham recebido era para a reunião conjunta que haviam pedido também EM CONJUNTO;
-Leitura do documento a entregar ao director da DREN- Alguns docentes queriam falar? Lá foi um ou outro discurso de apelo... segue-se música Joséafonsina, lai larai....
- Mais de uma hora de espera pelo regresso da delegação ao interior das instalações da DREN, temendo alguns que afinal a Tellepizza tivesse passado também por ali;
- Saída com a súmula da reunião: o director da DREN fora afável,  blablá e dissera que os directores é que estavam a ser alarmistas, muitos é que não haviam interpretado bem a Lei e normas fornecidas pelo MEC (!!!), enfim...
- Novo discurso de despedida pelos delegados da Fenprof, com um remate bastante desconcertante para todos que esperavam mais: que  a 5 de Outubro haveria uma brava iniciativa e coisa e tal e... que no arranque lectivo seriam pensadas acções.. SIMBÓLICAS! "simbólicas"? O despedimento dos  colegas contratados(e poucos estavam lá... como  costume...!) está longe de ser "simbólico"! Nem tão pouco o enviar para a prateleira de transição do DACL e dos horários zero tantos milhares de professores que deram os melhores anos das suas vidas à causa e ao ensino Públicos! Bandeiras nos portões? palavras de ordem? folclores?!
Sobre isto deixo aqui um post do Luís Costa, do belo  blog "DARDOMEU", que exprime muito melhor tudo o que eu também senti e gostaria dedesabafar(Aqui: LUTA MARIQUINHAS). Confesso que foi também essa uma das causas que me levou a ficar sem palavras nese dia e seguintes, para completar este post e ir apanhar um pouco de sol! Hoje sempre há já uma salutar distância do dia em que escutei aquilo! (Ai boas férias  colegas... e em Setembro vamos ver... e em Outubro a luta continua...) Eu até procuro participar em tudo o que posso, mas... os nossos colegas estão com a vida profissional e familiar em jogo! E não vamos aceitar meros remendos, que só vão adiar o sacrifício humano mais uns meses! Temos de obrigar ao rasgar destas regras economicistas e fazer ver que sem docentes nem sequer o serviço mínimo a que querem reduzir a Escola Pública pode funcionar! Como fariam se parássemos no início do ano lectivo? Iriam  colocar os seus "assessores-especialistas-da-treta"  com "equivalências" e quase iletrados a dar aulas aos miúdos? Até seria interessante observar... Temos medo de quê,  professores? Não nos roubaram  já quase tudo?! Agora levam-nos a dignidade final e a subsistência...e... boas férias?!
- EPÍLOGO: desfaz-se a manifestação, alguns vão refrescar-se ao café defronte e conversar um pouco antes de voltar a casa. Ah, um geladinho, enquanto ainda sobra algum para esses mimos tão... "acima das nossas possibilidades" de ... "perdulários-piegas"!
E um telemóvel que quase ficou perdido por lá! :/
FIM DO EPISÓDIO ( devidamente Agendado)
Margarida Alegria (30-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")
------------------------------
NOTA de VERÃO: durante estas "férias" , centrarei os meus posts na divulgação de notícias mais importantes da Educação, no completar de posts mais antigos que ficaram esquecidos em rescunho (temas diversos) ,no completar e arrumar das páginas de Cartoons "Jejé e Companhia"(cartoons criados antes deste blog) e "Outros Cartoons"(do Facebook), lá "em cima" e sobretudo em vários episódios novos de cartoons da série dos nossos garotos (Jejé, Pepé... e Companhia). Como ainda estamos em Julho, procederei ao relato da Avaliação desta garotada, com a aparição do Nuninho que, como grande génio com que vem etiquetado, vai ser logo o primeiro a ser avaliado .! A partir de amanhã aqui o terão e aos outros em dias seguintes, Vitinho, Varito, Pepé...etc....e até o Jejé, que cá voltou de férias do colégio francês.
Quem não conhecer os restantes cartoons da série terá apenas que  procurar e clicar na etiqueta "Cartoons" , na ementa de Etiquetas ao lado direito desta página do blog, e/ou na etiqueta "Jejé e Companhia".
-------------------------------------------------------
Seguem-se agora dois posts breves  e essencialmente  gráficos sobre a situação educativa...

domingo, 29 de julho de 2012

Jesus, paraísos e " o banqueiro anarquista"- Bartoon e carta à directora- crónicas da semana 2






("Bartoon". Luís Afonso, no Público de 24-7-3012; e "o banqueiro anarquista", carta à directora do Público, dia 29-7-2012, de João Fraga de Oliveira)
Os cartoons de actualidade política têm o seu quê também de crónicas. Que o diga Luís Afonso, que diariamente comenta "os dias" do País e do Mundo, com uma presença de espírito e um saber estar "em cima" das situações impressionantes!
Aqui pisca o olho à contradição da palavra Paraíso
, presente na expressão " paraísos fiscais". Há quem diga que Jesus Cristo voltando agora à Terra até teria ido parar à cruz mais cedo e gritaria "Pai, não lhes perdoes pois SABEM bem o que fazem!".
É um mundo de hipocrisia onde uns multimilionários alegam não serem ricos mas apenas... trabalhadores e... banqueiros vêm dizer que Portugal está melhor que há um ano... (!!!):
Essse é o tema desta carta-crónica de um dos principais colaboradores voluntários na secção de "Cartas à Directora" do Público. João Fraga de Oliveira, de seu nome. E faria melhor figura que alguns cronistas residentes , a meu ver (uns vitais, uns espadas...nos nomes que primeiro à memória me surgem), se lhe dessem uma coluna semanal ou quinzenal na secção das crónicas.
Eu até considero o Fernando Ulrich um pouco mais honesto e suportável que os restantes banqueiros, mas ,perante o dinheiro -- que é do resgate a todo o país ---que lhe entrou nos cofres para  financiar  o seu (e de angolanos)  BPI e certamente negar financiamento a outros portugueses, até perdeu o resto de noção do que será Portugal e as dificuldades, reais e não especulativas de quem investiu mal, de milhões de portugueses!
O único mau investimento que o Portugal não financeiro faz sempre é ao confiar em maus governantes sucessivamente, de todos os quadrantes e não ter conseguido obrigar estes a colocar os interesses nacionais acima dos seus ou destes seus amigos, que detestam tanto tanto o Estado e o seu "peso", mas que já não se fazem rogados a beneficiar dos empréstimos e benesses desse mesmo Estado "pesado e gordo". Como aqueles miúdos que passam a vida a fazer bullying ao colega  ao qual chamam gordo ou caixa-de-óculos, mas que logo lhe agradecem o repartir dos chocolates ou o deixá-los copiar o teste... ;)

Segurança alimentar?! Afinal como é? :(

Não tenho grande pena de belmiros, soares dos santos e afins, que no meio desta crise não sofrem rombo tão grande como as pequenas mercearias, que não podem transferir para os detergentes ou  chinelas havaianas os aumentos que não quiserem fazer nos géneros alimentícios por causa do aumento para 23% do IVA.
Mas concordei com a sua indignação quando uma taxa extra caíu em cima das suas "grandes superfícies", da parte de uma ministra Cristas da Agricultura, que alegou a bondade da medida com a  necessidade de financiar um maior rigor da "Segurança Alimentar". Creio até que é essa a designação do novo imposto... digo, taxa, que já começou a ser aplicada há uns meses.
É com surpresa que hoje mesmo se escuta que afinal a ASAE está a relaxar a sua acção fiscalizadora pelo país, por questões de poupança! Asseguram que uma espécie de "serviços  mínimos " continua garantida, isto é, inspecção a ovos, carnes e outros produtos mais sensíveis... 
A DECO alerta que foi com "desleixos" desses que noutras épocas se multiplicaram os desrespeitos vários por produtores desonestos, como no caso dos frangos com Nitrofuranos.
EM QUE FICAMOS ENTÃO, Sr.ª Ministra?
Afinal a tal taxa era para melhorar a fiscalização, ou era para outro fim qualquer (quem sabe, para contratar assesssores-de-assessores de sub-sub secretárias adjuntas de..., daqueles com cartão do partido, lienciaturas lusofónicas ou "modernaças" e experiência em ... organização de eventos e organização de correspondência..)???
Toda razão terão os magnatas da mercearias se protestarem de novo.
E razão teremos nós para voltarmos a recear pelos géneros alimentícios que compramos e comermos por aí!
Isto em época de crise e de carência de tantos... é mesmo "adequado". Será, quem sabe,  uma nova medida para disparar um surto de cólera e de gasterentrite (essa até já aí anda!), para levar mais uns tantos cidadãos desta para melhor, de preferência crianças e idosos que aliviarão as despesas do estado de milhares de pensões...
Afinal não são os portugueses que estão a mais neste país que estes iluminados incompreendidos estão a  tentar "salvar"?
Muito grave.
Faz-me lembrar, a um outro nível, o aumento descomunal da propinas nas Universidades, nas últimas décadas, com diminuição de bolsas para estudantes  também, não se reflectindo esse "imposto estudantil" na melhoria das Universidades, nem em instalações, nem em condições em tantas salas de aula, nem mesmo em docentes, que continuam a ser despedidos "como tordos" em época de caça.
Em que ficamos, Srª Ministra? Mais valia terem assumido que era um novo assalto aos bolsos de alguns(directamente) e da maioria dos cidadãos  (indirectamente).
Para quê tanto "Politicamente  correcto" e desculpas esfarrapadas?
Ao menos o porquito da foto parece estar feliz com as sua moscas e não inventa taxas para fingir que as tem de tolerar!
----------------------------------------------
ADENDA, em 31/7/2012 (tipo "pior a emenda do que o soneto"):O Ministério da A.  e o próprio P-M garantem que a saúde alimentar dos portugueses não está em risco(o PM também? Só porque lhe dizem, como faz o PR a propósito da palavra dada pela mesma ministra na lei dos despejos, digo, do arrendamento que promulgou, embora com dúvidas?...). A ministra admite que realmente as análises que a ASAE faz são só na distribuição, falhando a recolha de amostras logo na fase de produção! (logo a fase mais "perigosa", menina Ministra, Daaah!!! A fase das pestes suínas, febres de Malta e nitrofuranos...). Acrescentou que houve amostras recolhidas em anos anteriores e  que agora foram deitadas ao lixo, pois nunca foram analisadas (aí deve ter razão...), mas que a recolha na produção continua a ser assegurada por outro organismo (multiplicação de organismos do Estado? Boa! Uma boa rentabilização do Estado "gordo",enfim...) e, o que é mais curioso, que as amostras estão a ser enviadas para laboratórios ESTRANGEIROS (Belo! Muito bem! Enquanto laboratórios nacionais, com decerto analistas competentes, serão deixados sem trabalho, para melhor depois os declararem obsoletos e melhor vir a dar trabalho e dinheiro do Estado a empresas privadas, claro! Belo aproveitar dos recursos do Estado, boa gestão... continuem assim e alcançarão o objetivo de dar o máximo lucro aos amigos do Privado e o máximo desemprego e emigração ao sector Público, esse "despesista"!)
Mais uma brincadeira com a saúde dos portugueses...:(
VER a notícia AQUI- há dois dias, no "Público", com versão sonora. E AINDA AQUI, o esclarecimento  pela Ministra, relatado no... "Jornal de Negócios" (pois claro, visto que Portugal se está a tornar um negócio cada vez melhor para uns, à custa do empobrecimento da maioria dos restantes...)
E o jornal Público de hoje (para já apenas em versão em  papel), explica melhor a RAZÃO para tais amostras terem sido... "lixadas"... enfim, leiam uma súmula:"Na sua edição de hoje, o jornal ‘Público’ titula que uma dívida da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária levou a que se deitassem fora amostras de alimentos por analisar e a que a ASAE fosse afastada do processo de colheita. O jornal destaca ainda os avisos da DECO para os perigos de uma «vigilância mais frouxa» e as garantias do Governo de que «não há motivos para peocupação." (revista da Imprensa do "Sol", 30-7-2012)
(ah, pois claro que não! Que ideia! Afinal andava o dinheiro metido ao barulho e  a tradição do Estado mau pagador, claro...Só à Lusoponte é que  se paga adiantado por uma obra já saldada várias vezes e ao arrepio da lei... Está tudo como no Paraíso e sob controlo! Eu até coloquei um fundo rosado  ao exerto e tudo... só não sei adicionar o som do chilreio dos passarinhos! Mas ainda bem, ou ainda vinha a ser multada por um qualquer organismo ou "observatório " de defesa dos Animais...)
"Alergia"(29-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias)

"Salvar Portugal à Bruta" (R. Araújo Pereira) a crise nas crónicas da semana 1

(crónica da série "Boca do Inferno" de Ricardo Araújo Pereira, na revista Visão de 24 de Julho de 2012)
Não sei se ficará visível, mas o blogger não me permite aumentar mais a imagem, digitalizada da revista.
Mais uma crónica brilhante e bem- humorada de Ricardo Araújo Pereira, em dias que só nos parecem pedir lágrimas, sobre as recentes palavras do nosso Primeiro-ministro de que quer salvar o país "custe o que custar" e  que até sugere "que se lixem as eleições".
Claro que o que PPC queria dizer, ao dirigir-se aos do seu partido, era que o País estava acima dos interesses do partido e das manobras eleitoralistas, mas, como  argumenta muito bem RAP, foi uma manobra que ao querer não parecer acabou por parecer o que queria negar, ou "é uma declaração que rejeita o eleitoralismo ao mesmo tempo que é profundamente eleitoralista".
Ou, como diz mais adiante: "Sou grande admirador de declarações que contradizem aquilo que afirmam. « Eu não gosto de falar de mim», diz alguém. E eu rejubilo porque essa pessoa acaba de me fornecer uma informação sobre si mesma."
(Certo, todos conhecemos casos: quem não quer aparecer  em fotos mas se julga sempre centro das atenções e das conversas, quem diz não querer ser exposto mas não hesita expor terceiros, quem diz que não gosta de falar de si mas até nem faz outra coisa--- a frase com que RAP exemplifica é precisamente dita mais vezes pelas pessoas mais egocêntricas, já repararam?).
A crónica é toda ela deliciosa. No fundo sublinha que PPC quer salvar Portugal, sem Portugal saber que está a ser salvo e, pior que isso, sacrificando aqueles que diz querer salvar e não o sue próprio bolso ou a sua vida! Um pouco como um Jesus Cristo distorcido: quem vai parar ao crucifixo é o Zé Povinho e não o "Salvador" auto-proclamado.
Por mim, arrepia-me este "lixar" das eleições noutro sentido: quem sabe que, se for preciso "custe o que custar", PPC não resolve até acabar com eleições e suspender os cacos da democracia,  com o pretexto de "salvar" Portugal, só porque os portugueses, chuif!,  são uns ingratos e  ele é um salvador incompreendido (menos pelas gentes "simples", diz ele, ou seja "simplórias" e que nunca lêem notícias e que até devem confundi-lo com mais um galã de telenovela, daqueles que até estão a perder cabelo e assim...)! Não foi a Grécia que teve um  novo PM não eleito, por capricho da senhora Merkel, numa fase de crise e austeridade como aquela a que estamos agora a chegar? Não brinco!
Esta semana foi fértil em excelentes crónicas dos OCS. Sinais (do fim) dos Tempos? Publicarei algumas inteiras ou em excertos. Esta é a primeira, com especial destaque. E também cartoons do Bartoon que as complementam e ainda uma carta à directora do Público, que tantas vezes também são acutilantes crónicas.

sábado, 28 de julho de 2012

Canta... para não chorar...(- Fantasia - Chico Buarque)


(MST "Fantasia",Chico Buarque; foto  da  capa: Sebastião Salgado)
Em dia de algumas  tristezas e algum desânimo, não tendo pé para muitas danças, resta cantar....

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dar a palavra a quem vive as situações e sabe (e não a opinionmakers de pacotilha):Opinião Pública Paulo Guinote SICn.


(programa Opinião Pública da SIC, com Paulo Guinote, dia 24-7-2012)
Em tempos de plena guerra aberta  entre professores e MEC , é bom e  ao menos algumas vozes  que são convidadas pelos  Órgãos de Comunicação Social serem de quem está efectivamente "no terreno" (isto é, numa Escola), com as vantagens adicionais e não deprezíveis de,  neste caso, terem doutoramentos  não relvados" na área da Educação, uma  inteligência arguta e uma "suada" independência. Caso de Paulo Guinote, professor do ensino básico  e blogger.
Mais uma  vez estamos a ver o MEC a  empurrar os sindicatos para o canto alegando que com eles só trata de assuntos salariais, como disse há dias o Ministro Crato, num fraseado demasiado mariadelurdesco  e arrogante (argumentou  que falar com os Pais, com os sindicatos ou com os directores, sobre a Educação portuguesa, são coisas diferentes, tendo tentado armadilhar a reunião conjunta pedida por todos estes, para... reuniões separadas...enfim, manhas, nas quais desta vez todos - sindicatos de professores, Rep. de pais, sindicato dos inspectores--evitaram cair, com uma união como já não se via!...).
Urge portanto "contra-atacar" em várias frentes, sobretudo esclarecendo a POPULAÇÃO que esta "guerra" não é algo de corporativo, como sempre nos atiram à cara os comentadores que nada entendem do Tema Educação, mas que sobre tudo comentam, tarefeiros para toda a obra... Estamos sim perante um grave ataque à Escola Pública de qualidade --como a que tinhamos,apesar de tudoo que havia ainda a melhorar; quem dizia o contrário já eram os "jornaleiros" do regime central, a preparar terreno e a virar a opinião pública contra os professores, de há 10 anos a esta parte, pelo menos.
Se transformarem os docentes em ( ainda mais) precários trabalhadores à jorna e /ou à hora, como estão a fazer aos enfermeiros, alimentando mercantilismos, poderemos dizer adeus à Escola Pública verdadeira e democrática. Poderemos dizer adeus ao direito de todos os jovens cidadãos terem acesso aos estudos.
Uma dessas frentes será portanto dar voz aos professores que conhecem o sistema por dentro das Escolas, nos órgãos de comunicação e por outros meiso possíveis.
Outra será , em cada Escola, apelar à verdadeira solidariedade dos directores e de todos os docentes que ainda estão na ilusão que escaparão a este dilúvio de leis criminosas, não se trata de estar em jogo apenas cargos ou empregos, mas a Escola Pública, repito.
Urge também chamar à razão os representantes dos Pais, que parecem finalmente estar do nosso lado nesta questão fundamental.
Como disse acima, o MEC tenta mais uma vez isolar os sindicatos num suposto estatuto de  meros negociadores salariais. Felizmente parece que alguns desses sindicatos, caso da Fenprof, parece terem acordado de certa letargia em que se encontravam, adormecidos que haviam sido pelas propostas falsas mas de voz maviosa de Isabel Alçada e mais recentemente por certo tom dito "afável" deste novo ministro. Foi mais um logro, como já se vê. Então colaboremos , professores,com os sindicatos naquilo que sabem organizar bem, como as concentrações que estão a decorrer esta semana, como os comunicados e as providências cautelares e as manifestações, mas não fiquemos por aí.
Dentro das Escolas temos de pensar em formas efectivas e originais de paralisar o arranque do novo ano lectivo, não esquecendo que mais vale "prejudicarmos" um pouco alguns dias lectivos dos alunos, do que os condenar para sempre a um sistema instável e de triagem totalitária, a um sistema onde não possam sonhar mais alto e onde as portas para muitas crianças se fechem desde muito jovens, por falta de opções educativas de verdade, por não terem meios económicos ou por passarem a ter falta de professores, com os que restam completamente exaustos e sem paciência.
Há dias já se ouviu o próprio P-M a dizer que a opinião pública não estava contra as medidas que tomava, que quem o criticava era apenas a "opinião publicada". Usou inclusivé o mesmo argumento de Sócrates, quando P-M, de que quem o vaiava na rua não era a população, mas pessoas manipuladas pelos sindicatos, que o perseguiam a si e aos seus ministros, quando se deslocavam  pelo país. O mesmo senhor dissera antes de ser eleito que Jamais iria sacrificar mais o país, que jamais alegaria isto ou se justificaria com aquilo... (quem te viu e quem te vê). Por isso não esperemos resolver tudo pela via sindical: temos de abrir os olhos aos pais e restantes cidadãos , que nem sabem o que espera os seus filhos no ano lectivo que se avizinha, onde turmas com alunos a mais e professores com turmas /alunos a mais verão, a seu lado , salas novas vazias (de escolas restauradas) e professores humilhados sem turmas! Querem maior absurdo  e desperdício que este?
Escutem atentamente este programa, que é muito bom e elucidativo, embora alguns dos muitos temas arrolados e importantes tenham ficado de fora por falta de tempo.
Há também a vantagem de, contra o que é habitual, os  cidadãos comentadores deste programa serem de qualidade superior a outros em outras ocasiões, ou seja, mais esclarecidos e atentos do que a média de sexagenários que costumam ocupar as manhãs a telefonar para o Opinião Pública, passando tantas vezes ao lado do tema central e optando pelas queixas pessoais sobre as "suas dores reumáticas" e/ou a invocar  o "dótor" Salazar...
Por falar em terceira idade-- e com todo o respeito  e carinho que os idosos me suscitam quase sempre-- há coisa de dois dias um programa informativo de um dos canais por cabo (SIC, TVI?) convidava dois  sábios anciãos do país, que ilustram sintomaticamete o que eu disse acima. Não vi o programa, mas parece que foi confrangedor a quem tentou captar alguma substância do dito. Convidados: António Barreto e Manuela Ferreira Leite. Um ex-ministro da agricultura de há décadas ,  hoje intelectual de gabarito e dirigente de uma fundação que será a obra mais condigna do rei do pingo Doce. A segunda sendo  ex-ministra das Finanças, ex-diversas coisas mais e também ex-ministra (das Finanças)da Educação, de uma época em que teve de ser chamada para tapar o buraco de um cargo que ninguém queria, por ser braço de confiança do PM de então. Parece que mostraram estar mais "a leste" dos problemas educativos actuais do que se esperava, um refugiando-se nas suas teorias gerais sobre a Educação caso vivessemos num paraíso suíço  e outra refugiando-se nas suas recordações de infância, tal como todas as avós fazem para falar "do seu tempo" aos netinhos. Barreto espalhou-se um pouco a menos, mas foi confrangedor também.
Se outros "entendidos" estavam já de férias para acudirem ao programa, milhares de docentes que têm este ano as suas férias irremediavelmente estragadas se ofereceriam de bom grado para comentar toda esta desgraça e incompetência do MEC, conseguindo DE FACTO elucidar os cidadãos em vez de os incitar ao "Zapping" ou convidar a uma soneca...
Só para dar um exemplo citado por quem assistiu a estes "comentadores": Manuela Ferreira Leite admirava-se com tanta algazarra pela criação de turmas grandes e recordou com saudades os tempos liceais em que era a aluna "número trinta e tal" de uma turma enorme. Acredito: suponho que era também no tempo dos uniformes e em que as alunas tinham de alinhar pelos quadrados do corredor para entrar na sala, o tempo das aulas de  lavores  da Mocidade Portuguesa para tricotar casacos para os bebés pobrezinhos, o tempo dos professores que ditavam a "aula", digo, A LIÇÃO, e procediam ao acompanhamento "individualizado" e  à avaliação "continua" dos alunos através de "chamadas orais", enquanto marcavam o ritmo com o longo e pesado ponteiro de madeira do quadro. Nos intervalos, Manuela desembrulhava o pãozinho com marmelada e, chegada a casa, tinha pudim Boca doce para sobremesa e, depois de fazer os deveres, jogava à "macaca" no quintal. Sim, suponho que não tenha sido nada de especial pertencer a uma turma de Trinta-e-tal nesses tempos, onde possivelmente nem professores nem contínuas a tratavam sequer por Manuela, mas talvez por "menina Leite" ou por ... aluna nº 30 e tal". Era tudo igual, não fazia mal nenhum. O número bordado na bata tristonha tudo resolvia e bastava para a conhecer e identificar. Lá nos seus saudosos tempos de menina, dos tempos... talvez do Reinado de D. Maria Primeira, ou por aí... Perante tão belo passado quem quer saber das complexas realidades dos jovens alunos do Presente?
Margarida Alegria(26-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Caetano Veloso - Alegria Alegria


(Caetano Veloso, "Alegria Alegria", ao vivo, 1975)
Da introdução  de uma entrevista recente a Albano Homem de Melo, jovem empresário :
 "Houve tempo em que achou que era   um erro grave não  saber jogar  bem  à bola. Depois, não ser inteligente. Agora, não ser boa pessoa."
Toda a razão! Tomara que todos pensassem assim. O Mundo seria  bem  diferente ...para melhor.
Precisamos de  construir isso todos os  dias das nossas vidas. 
 Não é simples.
Há muito ser  de mal com a vida  a tentar  leva-nos ao desânimo, à desistência dos príncípios   essenciais que nos tornam "gente".
E não nos deixemos levar pelas "imitações"...


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Vigília pela Educação - Porto- zelando por um "jardim" em perigo...

(C) Margarida Alegria (Porto, 18-7-2012, Pr.da República)
Finalmente a foto-reportagem da Vigília pela Educação, no Porto (de 18 para 19 de Julho, entre as 19h e as 12h do dia seguinte, na Praça da República). Depois de muitas peripécias e problemas de rede,durante alguns dias, consegui agora  fazer um primeiro post com algumas das imagens captadas e breves legendas/apontamentos. Não são mais, as fotos, pois a bateria da máquina não aguentou até à madrugada.
Logo já sairá novo post com reflexões sobre o evento.Que espero/todos esperamos que tenha sido apenas um arranque de  muitas mais acções de protesto e de sensibilização do País-- e também de uma união muito maior entre TODOS os docentes,-- em defesa não só dos seus postos de trabalho como sobretudo em defesa do Ensino Público de qualidade.
Nesta primeira foto, captada durante a primeira hora da Vigília, o empréstimo espontâneo e providencial de um  megafone por  um cidadão que por ali passou, ajudou a esclarecer um dos objetivos da Vigília: a assinatura de uma Carta Aberta ao ministro Nuno Crato. NO arranque do evento, a que assistiram diversos jornalistas e algumas estações de TV, o número rondava a centena e meia de docentes, mas muitos transeuntes (alguns até ciclistas, como podemos ver) quiseram demonstrar a sua concordância como protesto, assinando também. A forte presença dos professores de EVT, dos mais lesados com as (des)medidas do MEC, sublinhava-se em laivos de amarelo, mas estiveram presentes colegas de todas as áreas e disciplinas, desde (alguns) professores contratados de entre os milhares  que agora são jogados para o desemprego, aos docentes com décadas de serviço e do Quadro das escolas que serão agora descartados para "horário Zero", passando por imensos que nem são agora directamente ameaçados com a mobilidade especial, mas que quiseram destacar a sua solidariedade. Vários docentes reformados, até, que, se fossem egoístas nem precisariam de se "incomodar" em ali estar,mas que sabem que a expressão "Um por todos e todos por um " não pode ser em vão.
Ao todo, naquelas horas, com mais ou menos tempo disponível para marcar presença (o trabalho nas Escolas ainda ocuparia muitos na manhã seguinte), terão passado umas 900 pessoas. Foram mais de seiscentas as assinaturas da Carta, entre docentes e cidadãos que por lá passaram, considerando que muitos só não assinaram pois não se aperceberam da pequena mesa que se rodeava da multidão.
Mais poderiamos ser? Muitos dos mais afectados ficaram petrificados e desanimados em casa? Sem dúvida. Mais seremos para a próxima, que, aproveito para  anunciar, será às portas da DREN, amanhã, dia 24 de Julho, pelas 17 horas (pedem que as vestes sejam brancas, mas claro que não é obrigatório!). Em Coimbra o protesto junto à DREC será no dia 25 e em Lisboa será no dia 27, à porta do Ministério, na Av. 5 de Outubro (sempre às 17 h).
Para além disso, numa sugestão do João P. Soares, embora alguns já tenham entrado em férias oficiais, os docentes pelo país poderiam pedir a convocação de reuniões Gerais e/ou de Departamento com quem ainda "por cá "andasse", para que se pudessem delinear estratégias para o arranque do Ano Lectivo, de verdadeiro protesto nacional DENTRO das escolas, de forma a demonstrarmos ao MEC que todos os docentes somos poucos, uns sem os que partem, para que o Sistema possa ser de verdadeira qualidade e excelência que é tão apregoada poe sucessivos governos e Ministérios! Docentes e directores têm de se mostrar colegas e unidos de uma vez por todas.Tais reuniões esta semana ainda, ou até ao fim do  mês. Que tal? PASSEM a PALAVRA, por favor. Não podemos deixar tudo esmorecer até Setembro...
(C) Margarida Alegria (Porto, 18.7.2012)
Tantos colegas de ET e de EVT "escorraçados" por um Currículo novo que despreza as artes! Ou, nas palavras bacocas do ministro , o pensamento de que o "desabrochar da criatividade" não se pode verificar antes de se saber ler, escrever e fazer contas (!!!). Que rica visão da Educação, sim senhor...
O caso da colega A.: quase 32 anos de dedicação -- a uma carreira onde o que menos importa é o "carreirismo" de competir com os outros, mas o educar crianças e nelas ter de se centrar--, para depois escutar de governantes insensíveis e inexperientes que... já não precisam dela para nada?
Que "janelas" de "oportunidade"(no desemprego) podem existir para quem já estava nos últimos anos de uma profissão altamente especializada e de formação específica, Dr. PPC?
(C) Margarida Alegria (Porto, 18-7-2012)
Ao fim de, respectivamente, 10 e 12 anos de serviço como professoras contratadas (por um Estado que é o primeiro a saber explorar a precariedade e que nega o que seria legal de se efectivar após três anos),  as colegas que acenderam estas velas poderão tentar outros rumos de vida, quem sabe até emigrar como o Primeiro-Ministro desistente ou o turbo-licenciado Relvas aconselham.
Mas fiquem sabendo que 10 anos nesta profissão docente significam muitas horas de aprendizagem e especialização, são já muitos anos de experiência que um país ainda em Desenvolvimento deveria não desbaratar. Mas o MEC continua insensível a esta realidade, sem rumo numa política coerente de Educação, ao longo de décadas, mas especialmente nos últimos 10 anos. O frutuoso saber aproveitar da experiência dos mais velhos para irem passando o testemunho aos mais novos também não interessa  aos últimos três Ministérios que nos desgovernaram, pela forma como humilharam os docentes e fizeram milhares requerer a reforma antecipada, profundamente revoltados e desiludidos.
Empregarem docentes ou uns  meros guardadores de crianças deve ser tudo igual nas mentes de quem toma as rédeas do Ministério..."No pasa nada", como dizem os outros...
(C) Margarida Alegria (Porto,19-7-2012)
Já após a meia noite, nas horas de maior afluência (acabado as tarefas na escola, jantados...), entre as 22h e a 1h, o anunciar do ponto de situação das diversas Vigílias  a decorrer nas várias capitais de Distrito (Lisboa, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Braga, Faro, Viseu.... e até... Guimarães, embora não sendo cap. de Distrito, mas como Capital da Cultura 2012).
Pena que muitos tenham pensado que a vigília era só dia 18 à noite e tantos tenham esquecido que, caso não pudessem então teriam toda a manhã do dia seguinte para  "Vigiar". Bem, os docentes são ainda uma classe muito intimidada para as questões que tratam da luta pelos seus direitos, talvez porque os empurraram sempre para o olharem sempre para os seus alunos primeiro.
Vamos aprendendo, paciência. Da próxima haverá mais gente, como já disse. Desde que todos metamos na cabeça que, Professores e Escolas se identificam mutuamente , pelo que excluir os primeiros destrói as segundas , sem remédio. Uma Escola não se limita a um belo edifício equipado, mas vazio  de gente e da sua "alma". E a alma da escola está em professores(sim senhores, não vamos em cantigas, está em nós também !) e alunos. Só quando todos entendermos isto é que nos deixaremos de complexos de inferioridade, que nos intimidam perante críticas externas à mínima greve ou iniciativa pela classe em si que ousamos. Daí até nos termos metido em manifestações aos sábados, para não "prejudicar alunos". E depois, que lucrou a Educação com isso se, ao voltarmos para as escolas ,fomos cedendo a todas as medidas e pressões como se nada se tivesse passado?
Sem nós, docentes, as escolas não funcionam, as crianças e jovens não aprendem verdadeiramente. Pelo mundo fora já há o alerta: o factor humano é o que mais pesa no apetrechamento das Escolas e na melhoria dos resultados. Não devemos ter receio de parar agora, de protestar e confrontar todos estes insultos à nossa dignidade, se metermos na cabeça que o temos de fazer  tem de ser feito AGORA, para que o Futuro não fique hipotecado para sempre. E qualquer ser pensante sabe que,depois, o tentar reparar o que ficar "estragado" será mais duro e mais caro do que travarmos agora este carro Educativo desgovernado para o precipício da precariedade e para o mercantilismo...
(C) Margarida Alegria (Porto, 19-7-2012)
Perto das três da manhã. A cidade dorme. Velas formando símbolos  e letras ( amor, infinito, E de educação, EVT...) e  decorando o jardim, vão mantendo acesa a chama da Esperança que ainda nos resta e marcando a presença da Vigília, entre as dezenas  que vão podendo ficar, tendo todas estas luzes sobrevivido ao orvalho da noite sob a guarda de  um número que poderia dar título a uma aventura dos cinco , de Enid Blyton: quatro docentes "maduros" e um cão. Mas. como cantava Zeca Afonso, se "houver uma praça de gente madura" não haverá só "gaivotas em terra" nem ,acrescento eu, pessoas que se deixam atemorizar e/ou se conformam com o que é inaceitável...
Chegada a manhã, lá se apagaram as velas a pedido da chefe de manutenção do jardim. Os jardins querem-se despojados de tudo o que não seja árvores relva e flores. Sim. Entendemos o zelo de quem quer fazer a parte que lhe cabe pelo país. Nós também gostariamos que o nosso jardim (dos docentes) que é a Escola Pública  estivesse apenas centrada no desabrochar das flores que são os nossos alunos, livre de todos os papéis e "adereços" vários (partidários, economicistas...) com que quem está fora delas insiste em atulhá-la. E que tantas vezes não nos vissemos obrigados a  lutar contra as "pragas" burocráticas com que tentam infestar as suas "árvores" , o trabalho docente de ensinar.
Comecemos agora, ainda vamos a TEMPO, a exigir com todas as letras, que de uma vez por todas  possamos ser escutados para as decisões que são tomadas para o "nosso jardim": A ESCOLA PÚBLICA.
(bem... disse que ia apenas escrever legendas, mas fugiu-me neste post já o teclado para a reflexão... Mas já sabem como sou,eheh...e no habitual estilo colorido e um tanto dadaísta graficamente..)
Margarida Alegria (23-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

domingo, 22 de julho de 2012

Vigília pela educação em Aveiro


(Vigília pela Educação em Aveiro -- 18 de Julho  de 2012)
Um eloquente video sobre a recente  Vigília pela Educação ( convocada via Facebook  em escassos quatro dias para  todas as capitais  de distrito), neste caso em Aveiro . Filme elaborado por Bruno Reis e simpaticamente  enviado el próprio. Muito obrigada!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ana Drago na Audição da Comissão de Educação Ciência e Cultura no Parlamento, de 19 -7-2012, parte 1 de 3


("Ana Drago/Crato: Quantos  horários zero foram indicados pelas escolas?)
Dos excertos que pude visionar hoje , já que ontem à tarde lá tive de descansar depois da Vigilia de 4ª (19h) para quinta feira (12h)-- Ufff..ainda estou bem partida!..-- as intervenções de Ana Drago, qualquer partidarismo à parte, foram de facto as melhores e mais informadas, de uma deputada que nos últimos anos tem sido sem dúvida das mais batalhadoras pela causa da Educação (obrigada!). Ontem, na segunda das duas sessões  da Audição, estava em grande forma.
Há um video que sintetiza a três Partes, mas não  o consegui encontrar. Julgo que poderão aceder  à Partes II e III através  deste,embora o Youtube pareça andar um pouco desorganizado nesse aspecto.
Quanto ao Ministro, dá para ver que andou  literamente "aos papéis" com generalidades, fuga às perguntas muito directas, desconhecimento a fundo dos dossiers que decerto delega nos Secretários de Estado (fraquinhos...). Como refere Ana Drago mais adiante, não saiu da sua pele de comentador em programas de TV para a de Ministro.
A sua tentivava  de ridicularizar  a deputada do BE  também não surtiu efeito. Responder que  uma criança só pode desenvolver a sua criatividade DEPOIS  de aprender  a ler, escrever e fazer as contas é de uma  ignorância de  bradar aos céus! Nunca ouviu, só por exemplo   falar do método Suzuki para Violino, ou   de crianças-prodígio na pintura e outras artes, ou sequer conhece o meritório trabalho do Ensino Pré-Escolar no campo da Criatividade?! Parece ter incorporado até ao grau do Infinito uma certa visão de muitos políticos de direita que julgam que  as artes e o Ensino artístico são apenas um enfeite, umas lantejoulas a decorar a formação humana, muitos degraus abaixo da (estupidamente) super-endeusada Gestão! Julga que a arte e a cultura são a secção de palavras cruzadas e o cartaz de cinema do fim de página, o teatro de revista ocasional ou a ida à ópera com a diva ou divos internacionais em voga? Arrepia-me ver  mais um Ministro de visão tão "light" sobre o saber e a arte e que depois ainda reclama querer fazer mais com menos. Como diz também Ana Drago, é estranho que quem acha que o ensino está tão mal e que os alunos têm de ser o centro de exigência e do desenvolvimento do Conhecimento, tente aparentemente transmitir a ideia que a solução para o problema é despedir ou colocar na prateleira milhares de professores. Que NÃO estão de forma alguma a mais (lembremo-nos que a escolaridade obrigatória é agora até aos 18 anos e/ou 12º ano) e que em Portugal são muito mais qualificados do que em dezenas de países onde a profissão começou a ser maltratada antes de tal acontecer no nosso.
De facto, há um plano global para desinvestir na Educação em igualdade de oportunidade para todos, com o desejo pouco disfarçado de muitos de haver do melhor para uma casta de "líderes" (sim , sabiam que há uma espécie de campos de férias de preparação de jovens futuros líderes?) e de um ensino mínimo (ouvir o ministro: ler, escrever, umas continhas...) para os restantes não bafejados de meios económicos (pois, amigos, é que pouco ou nada se relaciona com capacidades e mérito de inteligência! Vejam aí a forma de subir na vida de ministros e assessores "relvados", que estarão a vislumbrar o nosso triste futuro).Arrepiante, não é? Poderiamos chamar-lhe "eugenismo social", para além do que já se aponta de "darwinismo social". Só que não será pelo vencer do mais forte ou mais apto de inteligência, sequer (e já esses critérios seriam de arrepiar), mas pela maior sobrevivência e  subir na escala  do mais manhoso,do protegido por nepotismo e/ou "cunhas" e  mais "chico-esperto".
Por aqui fico. Vejam o video e informem-se. Um horário Zero é a ausência de turmas para docentes, que serão colocados nas escolas até dois anos em outras tarefas(quem sabe se as de funcionários auxiliares e administrativos, que estão também a ser considerados "gorduras" estatais, quando eram uma classe que tanto tinha progredido!) e, caso continuem com horário zero, passarão a mobilidade especial, com salário a ser cortado drasticamente e em degraus bruscos até ao ZERO euros, vendo as suas vagas de efectivos a ser simplesmente extinta. O Ministro diz que não. Mas todos eles, políticos  e governantes pré-eleitorais,  diziam antes tanta coisa ...
Daí a bocado aqui darei notícia  com algumas fotos sobre a Vigília pela Educação de anteontem e ontem (18 para 19). Até já!
Margarida Alegria (20-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")

quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Sobe e desce": serviço de Limpeza de Imagem para políticos

(na última página do jornal Público de hoje, 18 de Julho de 2012)
Não é novidade para quem visita este blog que o jornal Público  é bastante apreciado por aqui:  a forma como divulgam as notícias, a credibilidade de boa parte delas, bem como muitos dos seus cronistas habituais, são factores que tornam este diário uma referência nacional.
Porém isso não impede que seja merecedor de críticas menos agradáveis, quando os seus jornalistas se deixam manipular, como tantos outros, pelos "Spin Doctors" do poder, que estão sempre um passo à frente para tentar contornar e minimizar danos dos ministros e outras personagens que têm acções pouco éticas ou até desatrosas.
Quando ontem vi o MEC Nuno Crato, em conferência de Imprensa surpresa para esclarecer (???) o que se ia passar com os professores dos Quadros de Escola que ficassem com horário Zero (VER reportagem de TV AQUI, mas ainda não apanhei o da conferência em si)), logo esta me sugeriu duas hipóteses não mutuamente exclusivas sobre as razões de tal aflição do Ministro:
-1º,
ao saber que estavam a ser organizados protestos em todo o país e havia grande revolta nas escolas , nos blogs e em redes sociais, tentou deitar água na fervura, para ver se os ânimos acalmavam e os protestos seriam adiados para Setembro, quando já estivesse o massacre docente a decorrer "a todo o vapor":
-2º, vi que talvez a maior razão fosse não perder o capital de simpatia ainda presente na chamada "opinião pública", fruto de uma cuidadosa gestão de imagem ( palavras mansas, fugir com rabiosque a seringas várias,   entrevistas com Marcelos...) e sobretudo de uma (ainda) favorável comunicação Social, com as secções de "Sobe e Desce" (barómetros de notícias geralmente bem negociados..) de vários jornais e os comentadores televisivos e jornaleiros da praxe.
"Hummm... --logo pensei--- Isto é para amanhã a seta do ministro ser "para cima" ou pelo menos não descer...!"
Meu dito , meu feito!
Aqui está o remendo da situação (ver recorte acima) em todo o seu esplendor! E, como todo o trabalho jornalístico menos rigoroso e por encomenda, lá estavam uma série de "Inverdades", para usar um termo muito em  voga entre os políticos, sobretudo ao colocar Crato como uma espécie de SALVADOR da situação, como se viesse caido do céu, qual "deus ex-machina" impoluto, a dizer que tudo ficará "no melhor dos mundos" Panglóssicos!
Repare-se nos termos : "EVITOU que muitos professores fossem para a mobilidade"! (isto é como dizer que os agentes que massacraram os cães na Ucrânia ao tiro veneno e paulada, evitaram que eles passassem fome!) Mas que DESCARAMENTO! Foi tudo planeado  com cinismo para o seu Ministério para despedir professores a curto ou longo prazo e a urgência exigida aos directores para que fossem carrascos dos próprios colegas partiu da 5 de Outubro e não de um planeta distante (quer dizer, é distante, mas ainda não é planeta...). Foi tal a incompetência dos seus boys, que a receita do "para além da troika" excedeu o tamanho da forma que queriam levar ao forno da mobilidade e alguém lhes terá puxado as orelhas que não o Crato (os troikas? PPC que já está a ficar alarmado com as vaias?).
 Imaginemos o P.-M.:  "Ó pá! eras dos ministros que queriamos que tivessem alguma credibilidade Cá dentro(a par do Portas que cá não pára...), mesmo que por ignorância e maquilhagem...  E depois das broncas do Relvas....é que lá fora quem tem de fazer boa figura são os números do Vítor e as machadadas laborais do Álvaro... ah... e as minhas gravatas e cortes de cabelo, claro..."
Quanto ao segundo motivo do truque ...está aqui explicado. Já o primeiro  espero que tenha caído em saco roto, pois nem sequer agora os directores acreditam nele, para além dos professores-rasos. Lá estaremos, professores, pais preocupados e quem se nos quiser juntar em Paz, na vigília que começa logo às 19 horas! Já lhe demos crédito demais, senhor Crato e agora vamos agir  como os bancos sovinas: só voltaremos a dar crédito, quando RECAPITALIZAREM a nossa confiança com mudança de políticas, para que voltem a ser em prol do Ensino Público!
Leiam no belo blog "O Vento que Passa". da minha amiga "AL", o texto de Santana Castilho que explica algumas das razões da revolta docente:"Uma classe Zombie e um ministro bárbaro".
---------------------
Quanto aos outros visados no sobe e desce, para além do Alberto João do nosso Jardim e do Chavez, que descem como é habitual e lá estão para dar o colorido folclórico para entreter, temos uma crítica-- decerto também encomendada por ministros como o da Saúde,da Defesa,  ou os "sombras" como Jorge Moreira da Silva (ao que parece o novíssimo recrutado do sinistro  clube bilderberguiano)-- contra o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, que nunca foi de se calar já desde o tempo da "outra senhora", caso  desconheçam. Numa entrevista (mais uma) defendeu os pobres e criticou a miséria a que as troikices estão a levar o país e disse taxativamente que este governo era "profundamente corrupto", o que ofendeu muitas cabeças virginais de politiqueiros.
Ou seja, e está mal, cara direcção do Público": se um ministro diz umas abébias imprecisas sobre as medidas horríveis que criou, está mais ou menos, se um bispo critica, como é uma das suas missões, a Corrupção instalada e defende a causa dos mais desfavorecidos... "seta "para baixo!
Ninguém me encomendou o "sermão", passe a expressão sacerdotal, mas afinal tanto criticam a Igreja às vezes por se calar e ser complacente com as injustiças, como agora lhe sugerem para se "moderar", tocar pianinho e não se meter no "que é de César"... Bela coerência Laica. Até Jesus Cristo "se passou dos carretos "e vergasteou os vendilhões que faziam negócio à porta do templo (olhem... o raio dos tais Mercados!). D. Januário, como qualquer cidadão, ainda para mais público, tem o direito e o dever de colocar os dedos nas feridas sociais que se estão a criar, pois elas são resultado de grande  corrupção económica e moral, sim! Lembremos que "Corromper" siginifica instigar a podridão, estragar, alterar, desfazer, adulterar, desfigurar.....
E o nosso Governo está SIM a adulterar a democracia, a Estragar o estado Social, a desfazer muita coisa que funcionava bem, a desfigurar o País, com medidas ultraliberais que já se provaram serem lesivas em qualquer país e que não se "ajustam" de forma alguma à nossa Cultura, às nossas qualidades, ao tipo de Criatividade que existe em Portugal e que está a ser desbaratada.
(Leiam AQUI a notícia sobre este caso)
E mais aqui falarei do ataque  despudorado e encomendado, em jornais ,aos profissionais que andam em protesto nacional!
"Alergia" (18-7-2012, in blog "Alegrias e Alergias")